Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
Reverenciado por todos, morreu O Ator. Uma carreira sólida, Shakespeares e troféus na sala de estar. Mais de 50 anos de carreira. Um monstro sagrado. Dragão com enfisema pulmonar.
Seu corpo estava exposto no saguão da estação de trem. Por motivos inexplicáveis eu não sabia o sentido do velório nesse ambiente, por que as pessoas não paravam e lamentavam a perda Do Ator. Tampouco sabia o que eu fazia por ali já que não tenho o hábito de andar de trem. Talvez o grande sentido mesmo (e sonhos têm sentido?) era o de testemunhar o último grande feito Dele e aprender uma ou duas coisas sobre pausa dramática e Pato com Laranja.
Eis que, tentando fazer a sua entrada triunfal, O Ator se levanta. Em um monólogo ininteligível ele tentava conciliar as pausas dramáticas com as partes do corpo que caíam no chão. Todo o esforço era inútil e patético. Mesmo quando conseguia encaixar o nariz e dar prosseguimento ao monólogo, outro membro caía.
Não fiquei para assistir ao fim do ato. Não tinha intenção de virar A Atriz. Para alguns, um comportamento indesculpável diante do monstro sagrado. Já O Ator, do alto de seu preciosismo de interpretação pós-morte não esquecia das falas nunca. Mas um detalhe importante passou despercebido pelo Mestre. Uma hora a rubrica no texto anuncia: cai o pano.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
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3 comentários:
Eu leio as coisas que essa tal de Lola escreve e cada vez mais acredito que ela deve ser condenada no Juizo Final. Por causa de mulherzinhas como essa fomos expulsos do Paraíso.
Eu não entendi...
Quem é esse Ator?
E porque Juizo Final?
Alguém pode me fazer o favor de explicar?
Duds my darling
O único favor que faço é o de confundir a sua cachola oca.
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