sexta-feira, 30 de maio de 2008

Mas as pessoas da sala de jantar...

Extraído de TAZ - Zona Autônoma Temporária de Hakim Bey



"O JANTAR
Na ordem social de hoje, o mais elevado tipo de sociedade humana está nas salas de estar. Nas elegantes e refinadas reuniões das classes aristocráticas não há nenhuma das impertinentes interferências da legislação. A individualidade de cada um é totalmente admitida. O intercurso, portanto, é perfeitamente livre. A conversação é contínua, brilhante e variada. Grupos são formados por atração. E são continuamente rompidos e reformados através da ação da mesma energia sutil e onipresente. A deferência mútua permeia todas as classes, e a mais perfeita harmonia jamais alcançada, nas complexas relações humanas, prevalece precisamente sob aquelas circunstâncias que os legisladores e homens de Estado temem como condições de inevitável anarquia e confusão. Se existem quaisquer leis de etiqueta, elas são meras sugestões de princípios, admitidos e julgados por cada pessoa, pela mente de cada indivíduo.



Seria concebível que em todo o futuro progresso da humanidade, com todos os inúmeros elementos de desenvolvimento que a época presente vem desdobrando, a sociedade em geral, e em todas as suas relações, não atingirá um grau de perfeição tão alto como certos segmentos da sociedade, em certas relações especiais, já atingiu?
Suponha que o intercurso da sala de estar seja regulado por uma legislação específica. Que o tempo permitido para cada cavalheiro dirigir-se a cada dama seja fixado por lei; que as posições que eles possam sentar ou ficar de pé sejam precisamente reguladas; que os assuntos sobre os quais eles tenham permissão de discorrer, e o tom de voz e os gestos que cada um possa fazer, sejam cuidadosamente definidos, tudo sob o pretexto de evitar a desordem e a violação dos privilégios e direitos uns dos outros. Poder-se-ia conceber algo melhor calculado e mais certo de converter todo intercurso social numa escravidão intolerável e numa confusão sem esperança?


- S. Pearl Andrews, A Ciência da Sociedade"

Para ler na integra na web: http://www.rizoma.net/interna.php?id=193&secao=intervencao
Para ler na versão celulose: http://www.lojaconrad.com.br/produto.asp?id=30&cat=


Colaboração enviada por Alexandre Linares

Leminski, sempre é uma boa pedida...


Uma pessoa muito especial me mandou este poema. Disse que lembrou de mim quando leu.
Sei que esse blog velho de guerra não é um blog pessoal do Alan.
Mas querem saber?
Foda-se.
Leminski sempre é uma boa pedida. Poesia redonda e ao mesmo tempo angulosa.
O gesto foi lindo! E se esse blog não servir também para isso... Puxa...

"Quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante...
Basta um instante
e você tem amor bastante."
Paulo Leminski

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Esta não é uma banda argentina. Aleluia!

Em mais uma de nossas TAZ, dessa vez na casa de Alexandre Linares (sempre ele), o cantor de tango da foto abaixo,



nos foi apresentada a Banda Bassotti, da Itália. Assim como as bandas que temos mostrado nos últimos dias aqui no blog, o Bassotti é formado também por um número considerável de músicos, tem um belo naipe de metais e influência de ska, punk somando a letras politizadas, anti-fascistas e coisa de quem come criancinha (a gente tem simpatia por essas pessoas...). Como o clima aqui nesse espaço é de latinidade, deixo vocês com a versão de Guantanamera com molho italiano.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Conexión Brasil-Argentina parte III

Ontem, durante a reunião, foi apresentado a Fernando e João mais alguns clipes dos decadentes mais autênticos de toda América Latina. O Dona Bandalha insiste em recomendar uma visita ao site (www.losautenticosdecadentes.com) e baixar a discografia completa da banda, que vale muitíssimo a pena.

La marca de la gorra


La banda de 12 músicos y cientos de miles de amigos, innumerables guitarras, percusiones y vientos han mezclado los cautivantes ritmos populares de Latinoamérica con el ska, el rock y el reggae logrando un estilo decadente pero propio y auténtico. Sus letras han develado verdades (y en algunas ocasiones encubierto mentiras) para más de una generación.
¡Por eso, han festejado en manada y sin calma el éxito pasado, presente y porvenir!

-“Una pregunta!!! ¿Como comenzó tan exitoso emprendimiento colectivo?”

La Guitarra


Buena pregunta… todo empezó en una peña del colegio San Martín en septiembre del 86 Cucho, Serrano, Nito, Dany y Gastón querían conmover a las chicas y recibir un la mayor cantidad de afecto posible.
El primer recital fue un triunfo: con una emoción y un feedback que aún hoy se repite concierto a concierto. Ante el excedente de afecto recibido, se fueron sumando Edu, Capanga, Diego, Pablo , Mosca, Mariano, Rodríguez y Brother en busca de su porción.

Los Auténticos Decadentes formaron una cooperativa independiente, con la cual los primeros años recorrieron festivales y bares under de muy buena gana. En 1990 con el primer disco “el milagro argentino”, en 96 con “mi vida loca”, llegan, para su sorpresa, las primeras giras internacionales. Entonces se dieron cuenta de que esta era la misión colectiva que les aguardaba, para los enamorados, para lo recién separados, para los futboleros atléticos, para los asadores holgazanes, para los sinceros descarados y los chantas mentirosos también: para todos ellos hay un hit.


Los piratas


Los Auténticos Decadentes consideran hit a aquel tema que pueden bailar ebrios y abrazados el tío abogado y conservador con el novio punk de la nena (...)

Siempre se asocia a los decadentes con la alegría y el baile, las presentaciones están diseñadas para que la gente se deleite con los clásicos y lo nuevo. El show es por momentos pasional, eufórico, descontrolado y por momentos suave, delicado y volado .
Un show efectivo y auténtico, 100 % satisfacción garantizada!


Antes que algum leitor nos acuse de sermos fãs de Dieguito Maradona e torcedores do Boca, de fazermos campanha para os Kirchner (creda!) e de termos trocado de vez o ziriguidum do samba pelo tango, afirmamos: nós não recebemos nenhum jabaculê. Pelo contrário, continuamos decadentes e sin dinero algun.

Gracias autenticas a todos!

Pérolas da bandalha


No bar, depois do ensaio:

“A gente tem uma história grande”
diz Alan Livan Caramujo

“Grande e mal contada”
Dispara Fernando Barros

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Conexión Brasil-Argentina parte II

Segue a devoração da cultura musical argentina. Semana passada nos foi apresentada uma banda clássica: Patricio Reys e los redonditos de ricota ou, simplesmente, Los Redondos. O nome se refere a massa com recheio de ricota que, segundo Mariana, costumava ser distribuída nos shows dos caras e também uma alusão a certas droguitas ilícitas. Como o Dona Bandalha é um grupo politicamente correto não vamos entrar na questão. Porque, assim como o nosso mentor espiritual Tim Maia, a gente não bebe e não fuma. Só mente um pouquinho.

Os Redonditos fazem um rock cru, daqueles dos bons e sem firulas. O clip de Masacre en Puticlub é histórico. Primeiro porque se trata da primeira animação em videoclip realizada na Argentina. Segundo porque a animação é divertidíssima e feita por um cara (por favor, quem descobrir o nome dele ganha um vinho de Mendoza!) que segundo Mariana foi responsável por toda identidade visual do grupo. Faz lembrar uns bons zines nossos da década de 80, com aquele humor a la Angeli.

Masacre en Puticlub

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Pérolas da bandalha


Hoje, durante o ensaio, Jaum inala o aroma do peido alheio e comenta:

"O peido dela é leve. Achei de bom gosto!"

Homenagem às mamães


A fila para entrar no salão onde ocorria cerimônia já dobrava o quarteirão. Casamento de gente importante é outra coisa. Mas eu tinha a prerrogativa de cortar a fila. Gestantes podem fazer isso. Não que eu estivesse em tal estado interessante, mas a rata que eu trazia no bolso sim. Grávida até não mais poder. Dentro da festa tratei de me enturmar, mas logo percebi que algo estava errado. A rata estava prestes a parir.Coloquei ela sobre um guardanapo para avaliar melhor a situação. Precisava levá-la para um hospital. Um conhecido de outros tempos, desses que a gente nunca consegue entender como e porque está naquele lugar naquele exato instante, deu uma olhada rápida na futura mamãe e deu o veredicto: "Não há mais tempo para hospital. Veja, o cordão umbilical já está aparecendo!" E era facto. Algum médico presente no recinto? O parto começou ali mesmo, em cima daquele guardanapo branco e limpo. A larvas foram saindo aos montes. Sim, filhotes dela. O que faltou sair, pelas vias normais, tirei direto da barriga, como se abrisse uma tapawer. Com cuidado acomodei mãe e ninhada no guardanapo e delicadamente os guardei de volta no bolso. Alguém tentou fazer uma piada, me perguntando se esse era o ano do rato ou da rata. Sorri por educação.Sentia-me vivo com nunca. Ou pelo menos, como em poucas vezes havia me sentido.

Texto criado a partir de um sonho contado pelo João Paulo Poltronieri. Homenagem da Dona Bandalha no mês das mães.

Bloody-milk


Pois é, como Thatoca disse: "Não devemos chorar sobre o leite ensanguentado!"
Vai saber o que ela quis dizer com isso na forma, mas no conteúdo ela tem toda razão!

Conexión Brasil – Argentina parte I

Se a capital do Brasil foi transferida para Buenos Aires, não sabemos ainda. Mas por estas terras onde Lord Cockrane perdeu as botas tratamos de redefinir o mapa da região do Rio da Prata. Não resolvemos de todo o problema da distância cultural que cercam nuestros hermanos argentinos e nós, até mesmo porque não temos fôlego nem pretensão pra tanto.



Mariana, uma pequena grande cronópia saiu de Mendoza para – sua alegria ou desespero – conviver com os dois bandalhas no nosso humilde cafofo até o mês de julho. Entre doses cavalares de café, reflexões sobre a eficiência do comando de caça à coruja, arquitetura de Lina Bo Bardi, menemismo e peronismo, tropicália lenta luta, Diego Maradona, e Leona Cavalli (que o Alan adora), conhecemos um pouco do que reserva a cultura pop do mundo além tango e Gardel.

Los Autenticos Decadentes


Decadance avec elegance. Alguém duvida vendo a pinta dos moçoilos na foto acima? Os Autenticos é uma banda do final dos 80 para início dos 90. Tem aquela dose de humor e espírito de não se levar a sério demais que tanto gostamos. Já baixamos a discografia completa dos caras e tentamos – em vão – ganhar uma viagem pra Orlando acertando no coelho. Pra entender a piada, entrem no site: http://www.losautenticosdecadentes.com

El dinero no es todo



Dedicamos esse post ao brasuca e fã número 1 dos Autenticos Decadentes: Alexandre Linares, outro que vira-e-mexe participa da Zona Autônoma PERMANENTE aqui na Lord.

Los Fabulosos Cadillacs


Nos remotos anos 90, a MTV passava um programa chamado Hermanos MTV. Era apresentado pelo Edgar, se não me falha a memória Re Bordosa. Lembro de ter visto mais de uma vez a já senhora Debby Harry em companhia dos caras dos Cadillacs cantando una versión de Strawberry Fields Forever. Chamou atenção, ficou por anos a fio no subconsciente da bêbada que vos escreve e voltou agora, com as sessões de hipnose latino-americanas com Mariana. A impressão que eles eram realmente muito bons se confirmou e cá estou eu, infernizando leitores e especialmente a vizinha que tem sido obrigada a ingerir cultura pop em castelhano em altos decibéis.

Em Matador, não se enganem: a batucada toda não é coisa baiana, mas parece. Alguma coisa africana sobrou na cultura argentina e o que vemos ai é a murga, segundo a nossa consultora internacional.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Sobre bombas e bombas


Preciso conhecer um homem bomba. Melhor dizendo, um potencial homem bomba...
Alguém que esteja muito a fim do ato, mas sem alguma causa definida... E que tenha as bombas e toda a parafernália necessária.
Chamar um homem bomba pra sair. Ir assistir uma peça lá no Alto de Pinheiros.
Dar tchau, pegar um ônibus. E esperar pra ler as notícias no jornal...


Calma, calma. Tenho cara de terrorista, algumas idéias de terrorista, algumas vezes em movimento como terrorista ( quebrando pias e outras coisas...) mas sou um cidadão de bem quase respeitável. Nunca seria capaz de levar um homem-bomba para o Alto de Pinheiros. Seria incapaz de fazer tamanha maldade com qualquer um...Ainda mais, com um homem bomba.

domingo, 18 de maio de 2008

Pois é...


Pois é... Eu achava que tinha sido emoção o suficiente. Eu e a Thatoca, dupla banânica, Tropa de Elite do Comando de Caça a Coruja, fomos pra festa da Fabi Jabur. Pacote de cerveja na mão, uma inventa de estourar no caminho, mas isso é só o começo da quase Odisséia. Não vou relatar tudo aqui que o motivo do post nem é esse. Só sei que depois de muitas emoções como na canção do rei do toc, com direito até a pia quebrada e apromessa de que a Dona Bandalha terá um logotipo finalmente, chego em casa com a cabeça a mil. Como disse lá no começo, achava que tinha sido emoção suficiente para uma noite, que mais nada poderia rolar. Mas eis que dentro do quarto, em cima de uma mesa encontro o CD Elis especial 1979, deixado ali pelo André Oliveira, um dos nossos irmãos de loucuras. Violeta de Belford Roxo e Bodas de Prata, ambas de João Bosco e Aldir Blanc... O que são essas músicas? Alguém ai pode me explicar? Belíssimas! Em Violeta de Belford Roxo a dupla prova mais uma vez como é possível fazer humor e chegar ao riso de uma forma sutil e delicada, mas nem por isso menos pungente.Bodas de Prata apresenta o que pra mim é um dos melhores trechos existentes em uma canção brasileira: “ Ele vai voltar tarde/Cheirando a cerveja/Se atirar de sapato/ Na cama vazia? E dormir na hora, murmurando: “Dora”, e você é Maria.”
Ele tinha prometido trazer essas músicas um dia. E cumpriu o prometido. Puxa... Sem palavras. Busquem essas canções. Busquem tudo o que puderem do Aldir Blanc.
André, André...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Quando morre um caranguejo mangue não bota luto

O título foi só pra lembrar o quanto Alan e eu somos cabeçudos. Como as piadas, sobretudo as internas, não se explicam deixo todos os poucos leitores do brógue com essa cara de ponto de interrogação. E sem reclamações, por favor.



Como Alan anunciou, acabaram as lamentações da vida sem internet. Sobrevivemos a esse período de seca, embora agora eu tenha de digitar o texto com uma mão só, vejam que maravilha. O motivo da pata contundida nada tem a ver com ritmo de ensaios etc e tal. Cada um aqui já inventou a sua versão para o meu acidente: bruxaria, bebedeira, agressão física, abdução...quem quiser que conte a sua nos comentários.

Muita coisa aconteceu nesse período de estiagem bandalha. Aprontamos e vimos de tudo um pouco. Resta a promessa agora de voltar a documentar tudo aqui no brógue com a freqüência que este lugar preto no branco merece ter.

Jogando no Quintal



Não existe lugar mais escamoso (roubo o termo largamente usado por Alão Livão) que a tal da Rua Orobó. Mas nós, torcedores fiéis do povo do Clube de Regatas Cotoxó, nos perdemos pra nos encontrarmos nas ruas do Alto de Pinheiros. Uma aventura sem precedentes: chuva, poucos ônibus em circulação (e quem naquele maldito lugar usa ônibus?) e o medo de sermos atacados por uma gangue de playboys ensandecidos de Ovomaltine, Playstation, mesada do papai e uma caixa com 50 ovos pra serem jogados nos transeuntes (nós). Respiração ofegante, chegamos quando o relógio cravava exatamente 21h00 e a banda do Jogando já mandava ver nos primeiros acordes, anunciando que era só o começo.

Improviso é, independente da concepção de teatro que possa chamar de seu, uma ferramenta importante para preparação do ator. Na comédia, o improviso muitas vezes surge como um recurso inerente ao gênero como na Commedia Dell´Arte e outras formas populares. Não se trata do improviso como quer lá o senso comum: coisa mal acabada, feita nas coxas. Pelo contrário, o improviso requer estudo, suor, treino. O ator ganha visão de cena, permite que os erros sejam assimilados e incorporados e permite encarar o pega pra capar que o teatro exige. No caso do Jogando, o improviso é todo o cerne do espetáculo, ou seja, é usado tanto como ferramenta para treino dos atores e aparece como principal recurso.

Assim que conseguimos entrar no teatro-estádio, o clima de disputa de final do Brasileirão já estava lá. Ouso com o jargão futebolístico: o Jogando é uma caixinha de surpresas? Sim, é evidente. Para o público-torcedor e imagino que principalmente para os palhaços-atletas. Os minutos que antecedem a disputa aquecem os ânimos: caipirinha para o público, atores entrando no palco a bordo de um fusca (o que o patrocínio da Volks não faz...), hino do Clube de Regatas e o juiz explicando as regras do jogo.

Começa a partida. Esta, que é uma obra mais do que aberta, permite que os atores vacilem e o público aceita o fracasso como sucesso do palhaço. Faz parte do show. O segundo tempo revelou improvisações inspiradas com os objetos, com os times ainda mais coesos. Golaços dos times laranja e azul.

O clima é de braileirao mas a disputa é amistosa. Para a alegria de gregos e troianos, todos ganham. No melhor estilo comédia pastelão: uma tortada na cara ainda sim garante boas risadas.

Waldick Soriano – ou coisas que só o Canal Brasil pode nos proporcionar



Desde o Ébrio até aquela coisa de Dois Filhos de Francisco, o Brasil produz cá e lá alguns filmes semi-autobiográficos de cantores populares e tralala. Qual nossa surpresa, numa noite chuvosa e fria de outono que nos deparamos com esta obra-prima do cinema nacional. Como pegamos a abertura lá pelo final, só fomos descobrir que o protagonista era o cara que não é cachorro não depois de uma meia hora de exibição do filme. Mas foi o suficiente pra saber que em algum momento Chacrinha ia aparecer balançando a pança, que teríamos um Alan nostálgico suspirando pelas chacretes, que nosso amigo Thiago ia avaliar o figurino e o corte de cabelo do seu ídolo-mor, Clodovil e que Mariana, nossa hóspede argentina, ia entender patavina daquela baboseira toda. Mas como o filme se enquadrava na nossa pesquisa do “tosco como linguagem” e do humor involuntário, fomos até o final, firmes e fortes feito prego na areia.

Eu fiquei emocionadíssima ao ver alguns recursos épicos no filme, de fazer nosso amigo alemão virar no túmulo, como a apresentação dos personagens e do enredo antes. As interpretações todas foram dubladas pelo cara que faz o Chapolim Colorado. A não ser a arara (sim, uma arara!) amiga do Waldick, que é a melhor atriz de todo o filme porque consegue manter a dignidade artística ao lado do “I´m not dog no” tocando a mesma batida no violão pra qualquer música que ele cantasse, de Menino da Porteira a Villa Lobos. Mas o que me deixou mais impressionada foi a incrível semelhança física entre o nosso então jovem herói Waldick com um de meus cantores preferidos, o Tom Waits. Com a diferença que eu não sei se o autor de Mule Variations tem aquele umbigo que parece buraco do metrô, perfuração da Petrobrás ou qualquer rombo nos cofres públicos que os políticos costumam fazer.

Separados ao nascer

Esse é o Waldick...


...e esse é o Tom Waits. Qualquer semelhança é mera coincidência.

Quanto aos colegas de manicômio, Thiago foi obrigado a se contentar com a aparição de Clodovil como jurado do Chacrinha durante uns brevíssimos 10 segundos, o que já deve ter sido muito. Rita Cadilac, por algum milagre cinematográfico, conseguiu esconder aquele pandeiro todo no canto do vídeo, o que levou Alan aos prantos e a possibilidade de uma punhetinha nostálgica pras cucuias. Mariana, bem, ela sabiamente se encolheu na posição pombo no fio de alta tensão e lá ficou, até o momento que a gente falou pra hermanita dormir o sono dos justos na cama quentinha. Que é bem melhor, aliás.

Novo espetáculo


O tema ainda é segredo de estado. Ou melhor, o Dona Bandalha se dedica agora a adaptar um famoso livro de um reconhecido escritor brasileiro da primeira metade do século XX. Garanto que todo o caldo bandalha de humor-teatro-música estará presente, mais saboroso que nunca.

Pronto, dei a segunda dica no blog. Já adivinharam o que é?

Mais algumas dicas escondidas no nosso fotolog, com fotos novinhas em folha:

http://donabandalha.nafoto.net

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Ueba!!

Agora que a porca torce o rabo!
Aos poucos estamos voltando a esse blog velho de guerra!
Thaiz está com a asa um tanto estrupiada depois de se jogar na escada na última festa (essa é uma das versões, outras envolvem coisas como bruxaria e agressões por parte de membros da própria famíglia), mas também promete voltar com a corda toda!
Ninguém não perde por esperar não!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Volto já

O nhem-nhem-nhem da vida sem internet em casa segue. Mas não pensem que abandonei por completo este brógue velho de guerra e seus (poucos) leitores. A correria da vida não tem perdoado a bandalha aqui e não tenho me queixado disso, pelo contrário.

Deixo a minha placa de volto já no estabelecimento. E uma lembrança meiga de um Fred Astaire inspirado dançando nas nuvens. O filme - Núpcias Reais - é horrível como boa parte dos musicais de Hollywood. Mas ele conta com um momento mágico do mestre desafiando as leis da física em uma das cenas com os cortes mais bem feitos de toda história do cinema.