quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Dona Bandalha estava estirada debaixo da árvore meditando sobre prós e contras, prés e pós, aquis e acolás.

Espreguiçou-se e bocejou macunainamente.

Caiu uma maçã. Um abacaxi. Uma banana. Todos os adereços da Carmem Miranda. Caíram Glauber, Joaquim Pedro de Andrade, Mário de Andrade, Hélio Oiticica, Leila Diniz, Henfil, a Tropicália em peso. Até os bichos da Lygia Clark resolveram pular da árvore.

Todos zombavam da Dona. Top top, mostrava Henfil.

Mas que nada, diria Ben Jor. Passado o susto ela se riu e fez a festa modernista debaixo da árvore mesmo. A festa começou agora e, pelo visto, promete durar 2008 inteiro.

Ainda não entenderam? Calma, mais pra frente explicamos tim tim por tim tim. Ou melhor, tratamos de confundir tudo. Não é pra isso que viemos ao mundo?

*

A Cahiers du Cinema deu uma passada na festa da Dona e arrancou o seguinte depoimento de Joaquim Pedro de Andrade:

Por que você faz cinema?



Para chatear os imbecis, para não ser aplaudido depois de seqüências
dó de peito, para viver à beira do abismo, para correr o risco de ser
desmascarado pelo grande público, para que conhecidos e
desconhecidos se deliciem, para que os justos e os bons ganhem
dinheiro, sobretudo eu mesmo, porque de outro jeito a vida não vale
a pena, para ver e mostrar o nunca visto, o bem e o mal, o feio e o
bonito, porque vi "simão no deserto", para insultar os arrogantes e
poderosos quando ficam como "cachorros dentro d'água" no escuro
do cinema, para ser lesado em meus direitos autorais.

Um comentário:

Alan Livan Bandalheira disse...

Adoreeeeeeeiiiii!!!!
Bem bichinha afetada assim mesmo! Lindoooooo!