Mestre Zão tem muitas outras cartas por baixo da manga. Digo, do quimono.
Os shungas, gravuras eróticas japonesas, são grandes exemplos e a mais nova descoberta desse povo bandalha e inculto. Não há sombra de ressentimento cristão. Todo mundo é feliz comendo todo mundo: papai, mamãe, atores onnagata (atores Kabuki especialistas em papéis femininos), samurais, pobres, ricos, cachorros, gatos, lésbicas, gays, mulheres mais velhas... Fora todo o conteúdo erótico que é mostrado sem culpa e medinho do onipresente-onisciente-onipotente, os desenhos são sofisticados no traço e no uso das cores em boa parte dos casos.
Tudo em família. Poderia ser utilizado em campanhas para amamentação ou em embalagens longa vida de leite.
Uma DP em grande estilo. Dois detalhes importantes nos shungas: a presença de vestimentas revelam que dinheiro para os três ai não era problema e os ideogramas indicam as falas dos personagens, como uma proto-HQ, cheios de onomatopéias e comentários deliciosos sobre tamanho de pintos, provocações, etc, etc.
OBS: Nada disso seria possível sem a assessoria do expert em cultura japonesa, André Oliveira. Quem mora em São Paulo pode conferir a exposição Japão: Um perto distante no espaço Nossa Caixa, na R. Álvares Penteado, 70 até dia 11/01. Vocês não encontrarão os shungas exibidos neste post mas sim trabalhos de jovens artistas que desenvolvem conceitos relacionados a cultura japonesa.
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