sábado, 16 de fevereiro de 2008

Um Filho sinistro e divertido de Marcatti e Eça de Queiroz


Um dos meus discos preferidos de todos os tempos é o Brasil dos Ratos de Porão. E desde muito cedo! E muito disso se deve a sua capa. Na verdade antes de escutá-lo, já tinha me apaixonado por esta capa.Pra mim a melhor tradução do que pode ser chamado Punk brasileiro E aí fui correndo atrás de outras coisas produzidas pelo mesmo desenhista. Marcatti. Primeiro na Chiclete com Banana, depois fuçando sebos e achando as coisas que ele produzia na sua editora Pro-C, outra boa tradução do que é ser punk, do it yourself, faça você mesmo!



No ano retrasado, pude conhecer a fera pessoalmente graças ao Alexandre Linares, que me levou a uma feira de HQ em Bauru (onde conheci outras figuras como Latuff). Achava que iria conhecer um monstro depravado, mas na verdade me deparei com um cara sereno e tranqüilo. Nem todo gênio, precisa ser mala, né?
O mesmo Alê um dia entregou um livro pro Marcatti, com um bilhete “QUE TAL UMA ADAPTAÇÃO DO MARCATTI PRA ESSE CLÁSSICO?”. O livro era A Relíquia de Eça de Queirós. E puta qui pariu e guarde. O maluco aceitou o desafio e produziu uma obra e tanto. Duzentas e poucas páginas que expõem uma sociedade escrota e nojenta, corrida por câncer e úlceras como Moralismo, Clericalismo e outros ismos supurados.
Li na ida e volta do busão, rindo sozinho e vibrando com o filho dessa união sinistra.
Vale a pena!

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