sexta-feira, 11 de julho de 2008

Alô, Liberdade






Fico imaginando até que ponto o que ouvimos na infância influencia pro resto de nossas vidas. Fiquei pensando isso depois de escutar com mais atenção a trilha sonora dos Saltibancos Trapalhões. Uma canção em particular me chamou a atenção: Alô Liberdade. Como é que o Chico conseguiu colocar uma mensagem com tamanha força assim, num filme com livre acesso pras crianças, que iria passar algumas vezes na Sessão da Tarde da Rede Globo...
Falando assim, de forma tão precisa, na época da Ditadura Militar (já caindo de podre é verdade, mas ainda uma ditadura...). "Os galos tão Cansados de cantar" e "Como é, liberdade .../Vou ter que requentar/O teu café" remetem diretamente mas com forte carga poética, a questão da liberdade que falhava e tardava.
Puxa...
E na voz da Bebel então...
Não é possível que isso não tenha contribuído muito para boa parte da minha maluquice na vida adulta.


Alô, Liberdade

Alô, liberdade
Desculpa eu vir
Assim sem avisar
Mas já era tarde
E os galos tão
Cansados de cantar

Bom dia, alegria
A minha companhia
Vai cantar
Sutil melodia
Pra te acordar

Quem vai querer tocar trombeta
Pem pererém pererém
Pempem
Quem vai querer tocar matraca
Tracatracatraca
Tracatraca
Quem vai de flauta e clarineta
Fi firiri
Firiri fifi
Quem é que vai de prato e facaa
Taca cheque taca
Chequetaca checá
Quem vai querer sair da banda
Pan pararan
Pararan panpan
Hoje a banda sairá

Alô, liberdade
levante, lava o rosto
Fica em pé
Como é, liberdade ...
Vou ter que requentar
O teu café

Bom dia, alegria
A minha companhia
Vai cantar
Em doce harmonia
Pra te alegrar

Quem vem com a boca no trombone
Pom pororom
pororom pompom
Quem vem com a bossa no pandeiro
Chá carachá
Carachá chachá
E quem toca só toca telefone
Trim tiririm
Tiririm trimtrim
E quem só canta no chuveiro
Trá tralalá
Tralalá lalá
Quem vai querer sair na banda
Pan panpan
Hoje a banda sairá
Laiaralaialaialaiá
Hoje a banda sairá
Olá, liberdade!

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