terça-feira, 15 de julho de 2008

Helena carne e osso



Se há uma atriz brasileira que pode ser colocada no mesmo patamar de Anna Karina, essa mulher é Helena Ignez.

Se há algum tipo de interpretação no cinema que podemos chamar de paradigmática, de interpretação no cinema moderno brasileiro, livre, leve, solto, posso afirmar que é a dela. Infelizmente há poucas discípulas de Helena. De mulheres que sabem que são bonitas, loiras nada burras e acima de tudo sabem que tudo isso é nada, que o que vale a pena é rir e zombar dos outros. O que vale é saber rir de si mesma dando baforadas no charuto.

Não é à toa que Rogério Sganzerla, parceiro de Helena quase toda vida, dedicou um filme inteiro a ela. E fodam-se teorias contra cinema novo e elogios a Orson Welles. O que vale em A Mulher de Todos não são os planos, os enquadramentos, o nonsense, Jô Soares chupando um imenso inflável boiando na praia. O que vale é a mulher amada por todos e por um homem só.

Mais sobre ela aqui. Quem estiver em São Paulo, delicie-se com a mostra "A mulher do bandido" realizada na melhor sala de cinema da cidade, o Cinesesc. É de graça. Além dela vocês podem conferir o trabalho de caras como Joaquim Pedro de Andrade, Glauber Rocha, Roberto Pires, Bressane e Sganzerla, claro.

Segundo Helena o bandido em questão é o cinema. Um dos maiores e mais procurados do século XX.

Agora eu me dedicar aos boçais.

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