sábado, 30 de agosto de 2008

Carta aos amigos da Dona Bandalha

Carta aos amigos da Dona Bandalha
Fazer arte no Brasil é antes de tudo um desafio. A metáfora batida de matar um leão por dia aqui ganha uma conotação de quase realidade.
Já vai fazer nove anos desde a primeira vez que eu subi em um palco cantando Coisa interior, mais conhecida como Puta cara podre, ou simplesmente “a música do peido”. De lá pra cá, aos trancos e barrancos vim tentando fazer arte, construir um coletivo que misturasse arte, música e o que mais pintasse, para fazer humor. Nessa apresentação o nome que eu pretendia para o projeto era Qualquer coisa. Mas a galera que foi aparecendo nas esporádicas apresentações batizou a bagunça de Bandalheira. Ano passado mudamos o nome para Dona Bandalha.
No começo era apenas uma brincadeira informal, depois virou um grupo com formação fixa e apresentações mais regulares e nos últimos tempos pretendíamos nos transformar (pelo menos alguns de nós) em um grupo de prática e produção artística.
Não consegui conquistar plenamente o que sonhava alcançar com o grupo. Acredito mesmo que tínhamos potencial para ir muito além. E falo isso baseado na recepção que percebíamos nas nossas apresentações e o quanto crescíamos em nossos ensaios.
Por outro lado, esse tempo todo de convivência e de ação em comum foi muito especial. Participamos de alguns festivais, viajamos juntos, sonhamos um bocado. Muitas, muitas histórias. Um dia paro para contar todas elas.
Eu sempre sonhei em fazer parte de uma banda, de um grupo de teatro, de uma trupe, de uma gangue de lunáticos. E a Bandalheira/Dona Bandalha foi tudo isso e muito mais. Feliz daquele que pode participar de algo assim. E eu sou muito feliz, pois pude participar disso ativamente.
Quando soube que o grupo tinha acabado, sentei em minha cama e chorei.
Depois com calma pude perceber que o melhor que poderia acontecer naquele momento era isso. Pararmos, nos separarmos. Cada um seguir o seu caminho. Suas criações. Seus sonhos.
Continuamos amigos.
Continuamos sonhando fazer arte.
No meu caso, continuo sonhando fazer humor.
Quem sabe um dia, junte outros malucos para misturar música, teatro ou qualquer outra linguagem artística para fazer humor...
Ou isso ou qualquer outro projeto...
Por enquanto vou voltar ao meu laboratório.Voltar a toca. Trocar de pele.
Estudar. Pensar. Refletir. Escrever. Pesquisar. Criar os instrumentos necessários para o próximo ataque.
Por fim, uma última coisa, óbvia mas que não pode deixar de ser dita:
A Bandalheira/Dona Bandalha acabou, mas o espírito Bandalheira continua vivo. Firme e forte.
Abraço forte a todos os amigos e amigas que acompanharam a mim e os outros bandalhas nessa jornada
Até uma próxima
Nos vemos por aí, com certeza.

Alan Livan

PS: Agradecimento especial aqueles que em algum momento fizeram parte da Dona Bandalha: Cláudia Cascarelli, Alexandre Riviello, Marcelo Correia, Guilherme Telles, Beto Bellinati, Kelly Castro, Denise Raquel, Milene Valentim Ugliara, Alex Minoru Sidney, Renato Muraka ( Picachu), Akira Sanoki, Samir, Daniel Feldman, Felipe, Luciano Com Certeza, Diogo, Cézinha, Nilva Luz e Caio Dezórzi.
E a força sempre fundamental de Alessandra Araújo,Alexandre Linares, Bira, Camila Andrade, Cique, Fabiano Wenkoff, Fujita, Arthur Ivan Araújo, Loide Oliveira, Luiza Biondi, Naira Poloni, Priscilla Lemos, Fabi Jabur, Tainá Chiamarelli e Vivi Jabur.

Dona Bandalha acabou!

Por motivos técnicos, não haverá mais apresentação no IA da Dona Bandalha
no dia 06/09 e nem em qualquer outro dia.A idéia é simplesmente beber a defunta sem uma última apresentação mesmo. Quando formos fazer isso a gente dá um toque.

Agradecemos a todos pelas mensagens de condolência, flores, telegramas
sobre a morte da Dona Bandalha.

Garantimos que agora ela passa bem e e está tomando umas biritas na
companhia da Dercy Gonçalves.

sábado, 9 de agosto de 2008

Ska de olho puxado

Tokyo Ska Paradise Orchestra é uma das mais conhecidas big bands orientais por essas terras. É uma das referências de bandas como os brasilienses Móveis Coloniais de Acaju.

Assistam e se joguem. Até mesmo porque hoje é sábado.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Once upon a time

Dona Bandalha estava ocupada durante o primeiro semestre, preparando um novo espetáculo. A proposta, mantida em segredo nem tão segredo pelos bandalhas, era um mergulho no universo de Macunaíma, de Mário de Andrade. Muitas eram as descobertas, novos personagens começavam a ganhar contorno e cresciam à medida que os ensaios progrediam.

Depois de uma maratona de ensaio de 8 horas num sábado, os bandalhas Thaís e Alan foram descansar e ver Jogando no Quintal lá na casa do caraleo, como foi relatado aqui neste brógue. Qual a surpresa em que eu, dia desses, descobri o vídeo do dia em que fomos ver o povo do Clube de Regatas Cotoxó com a improvisação feita em cima de um tema proposto pelo Alan: Saravá Macunaíma, hoje é seu aniversário!



Nem preciso dizer que nós fomos ao delírio e saímos felizes mesmo com a garoa e a ameaça de um possível ataque da gangue de playboys do Alto de Pinheiros. Achamos que era um presságio, que Mário de Andrade tinha dado uma piscadinha para nós lá do alto.

Meses depois a Dona Bandalha teve um ataque apoplético e a gente sabe o resto. O fim da história mesmo vai acontecer dia 30, no Instituto de Artes da UNESP e todos os leitores estão convidados a beberem a defunta.

Criaturas de uma mente suja nº 09

sexta-feira, 1 de agosto de 2008


É isso mesmo que vocês estão lendo!
Faremos uma última apresentação da Dona Bandalha no dia 30 de agosto e finito.
Não é uma jogada de marketing para promover uma apresentação.
Realmente acabou.
Casamentos acabam (imagina então um casamento entre seis pessoas, fora os agregados).
O Beatles acabaram (claro que a gente é bem melhor que eles, né?)
A Sandy Jr acabou.
Até mesmo a Dercy morreu.
Chegou a vez da Dona Bandalha!
Gostaríamos muito de ver todos os amigos reunidos nessa última apresentação. E aqueles que sempre prometem ir assistir, aproveitem, pois essa é a derradeira.
O Marcelo Correia que foi integrante da Dona Bandalha por bastante tempo também estará presente na apresentação.
Venham assistir e depois a gente cola em algum lugar pra beber a defunta.

Última apresentação da Dona Bandalha
Sábado Dia 30 de agosto de 2008 às 20hs
No Instituto de Artes da Unesp
Rua Dom Luis Lasagna 400
Esquina com a Av Nazaré.
Próximo a Itoró veículos.