Carta aos amigos da Dona Bandalha
Fazer arte no Brasil é antes de tudo um desafio. A metáfora batida de matar um leão por dia aqui ganha uma conotação de quase realidade.
Já vai fazer nove anos desde a primeira vez que eu subi em um palco cantando Coisa interior, mais conhecida como Puta cara podre, ou simplesmente “a música do peido”. De lá pra cá, aos trancos e barrancos vim tentando fazer arte, construir um coletivo que misturasse arte, música e o que mais pintasse, para fazer humor. Nessa apresentação o nome que eu pretendia para o projeto era Qualquer coisa. Mas a galera que foi aparecendo nas esporádicas apresentações batizou a bagunça de Bandalheira. Ano passado mudamos o nome para Dona Bandalha.
No começo era apenas uma brincadeira informal, depois virou um grupo com formação fixa e apresentações mais regulares e nos últimos tempos pretendíamos nos transformar (pelo menos alguns de nós) em um grupo de prática e produção artística.
Não consegui conquistar plenamente o que sonhava alcançar com o grupo. Acredito mesmo que tínhamos potencial para ir muito além. E falo isso baseado na recepção que percebíamos nas nossas apresentações e o quanto crescíamos em nossos ensaios.
Por outro lado, esse tempo todo de convivência e de ação em comum foi muito especial. Participamos de alguns festivais, viajamos juntos, sonhamos um bocado. Muitas, muitas histórias. Um dia paro para contar todas elas.
Eu sempre sonhei em fazer parte de uma banda, de um grupo de teatro, de uma trupe, de uma gangue de lunáticos. E a Bandalheira/Dona Bandalha foi tudo isso e muito mais. Feliz daquele que pode participar de algo assim. E eu sou muito feliz, pois pude participar disso ativamente.
Quando soube que o grupo tinha acabado, sentei em minha cama e chorei.
Depois com calma pude perceber que o melhor que poderia acontecer naquele momento era isso. Pararmos, nos separarmos. Cada um seguir o seu caminho. Suas criações. Seus sonhos.
Continuamos amigos.
Continuamos sonhando fazer arte.
No meu caso, continuo sonhando fazer humor.
Quem sabe um dia, junte outros malucos para misturar música, teatro ou qualquer outra linguagem artística para fazer humor...
Ou isso ou qualquer outro projeto...
Por enquanto vou voltar ao meu laboratório.Voltar a toca. Trocar de pele.
Estudar. Pensar. Refletir. Escrever. Pesquisar. Criar os instrumentos necessários para o próximo ataque.
Por fim, uma última coisa, óbvia mas que não pode deixar de ser dita:
A Bandalheira/Dona Bandalha acabou, mas o espírito Bandalheira continua vivo. Firme e forte.
Abraço forte a todos os amigos e amigas que acompanharam a mim e os outros bandalhas nessa jornada
Até uma próxima
Nos vemos por aí, com certeza.
Alan Livan
PS: Agradecimento especial aqueles que em algum momento fizeram parte da Dona Bandalha: Cláudia Cascarelli, Alexandre Riviello, Marcelo Correia, Guilherme Telles, Beto Bellinati, Kelly Castro, Denise Raquel, Milene Valentim Ugliara, Alex Minoru Sidney, Renato Muraka ( Picachu), Akira Sanoki, Samir, Daniel Feldman, Felipe, Luciano Com Certeza, Diogo, Cézinha, Nilva Luz e Caio Dezórzi.
E a força sempre fundamental de Alessandra Araújo,Alexandre Linares, Bira, Camila Andrade, Cique, Fabiano Wenkoff, Fujita, Arthur Ivan Araújo, Loide Oliveira, Luiza Biondi, Naira Poloni, Priscilla Lemos, Fabi Jabur, Tainá Chiamarelli e Vivi Jabur.
sábado, 30 de agosto de 2008
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