sexta-feira, 16 de maio de 2008

Waldick Soriano – ou coisas que só o Canal Brasil pode nos proporcionar



Desde o Ébrio até aquela coisa de Dois Filhos de Francisco, o Brasil produz cá e lá alguns filmes semi-autobiográficos de cantores populares e tralala. Qual nossa surpresa, numa noite chuvosa e fria de outono que nos deparamos com esta obra-prima do cinema nacional. Como pegamos a abertura lá pelo final, só fomos descobrir que o protagonista era o cara que não é cachorro não depois de uma meia hora de exibição do filme. Mas foi o suficiente pra saber que em algum momento Chacrinha ia aparecer balançando a pança, que teríamos um Alan nostálgico suspirando pelas chacretes, que nosso amigo Thiago ia avaliar o figurino e o corte de cabelo do seu ídolo-mor, Clodovil e que Mariana, nossa hóspede argentina, ia entender patavina daquela baboseira toda. Mas como o filme se enquadrava na nossa pesquisa do “tosco como linguagem” e do humor involuntário, fomos até o final, firmes e fortes feito prego na areia.

Eu fiquei emocionadíssima ao ver alguns recursos épicos no filme, de fazer nosso amigo alemão virar no túmulo, como a apresentação dos personagens e do enredo antes. As interpretações todas foram dubladas pelo cara que faz o Chapolim Colorado. A não ser a arara (sim, uma arara!) amiga do Waldick, que é a melhor atriz de todo o filme porque consegue manter a dignidade artística ao lado do “I´m not dog no” tocando a mesma batida no violão pra qualquer música que ele cantasse, de Menino da Porteira a Villa Lobos. Mas o que me deixou mais impressionada foi a incrível semelhança física entre o nosso então jovem herói Waldick com um de meus cantores preferidos, o Tom Waits. Com a diferença que eu não sei se o autor de Mule Variations tem aquele umbigo que parece buraco do metrô, perfuração da Petrobrás ou qualquer rombo nos cofres públicos que os políticos costumam fazer.

Separados ao nascer

Esse é o Waldick...


...e esse é o Tom Waits. Qualquer semelhança é mera coincidência.

Quanto aos colegas de manicômio, Thiago foi obrigado a se contentar com a aparição de Clodovil como jurado do Chacrinha durante uns brevíssimos 10 segundos, o que já deve ter sido muito. Rita Cadilac, por algum milagre cinematográfico, conseguiu esconder aquele pandeiro todo no canto do vídeo, o que levou Alan aos prantos e a possibilidade de uma punhetinha nostálgica pras cucuias. Mariana, bem, ela sabiamente se encolheu na posição pombo no fio de alta tensão e lá ficou, até o momento que a gente falou pra hermanita dormir o sono dos justos na cama quentinha. Que é bem melhor, aliás.

Um comentário:

Alan Livan Bandalheira disse...

Caramba...
Mas são praticamente os mesmos...